No dia 05/10/2010, os físicos de origem russa, André Geim e Konstantin Novoselov, foram nomeados pela Academia Real de Ciências da Suécia, para receber o Prêmio Nobel de Física de 2010. Eles trabalham no Centro de Nanotecnologia da Universidade de Manchester-Inglaterra e em 2004 descobriram de modo bastante curioso o GRAFENO, uma extensa estrutura bi-dimensional, com espessura de apenas uma camada atômica, toda ela composta por átomos de carbono. Os cientistas produziram a monocamada de carbono utilizando uma técnica muito simples: pressionaram uma fita adesiva sobre a superfície de um cristal de grafite -é o constituinte dos lápis mesmo!!!- e em seguida a depositaram sobre uma lâmina de vidro (algo como mostra a figura acima). O grafeno tem uma série de propriedades físicas interessantes, como por exemplo alta resistência mecânica -em relação às suas proporções nanométricas-, é condutor de eletricidade e pode ser aplicado em uma infinidade de dispositivos como células solares, telas sensíveis (touch-screens) de telefones celulares e computadores, janelas inteligentes contendo sensores de pequenas quantidades de certos tipos de moléculas -por exemplo monóxido de carbono- presentes em ambientes fechados, detectores de radiação eletromagnética, sensores de tensão, sequenciadores de DNA etc… A produção em larga escala é o próximo passo na aplicação tecnológica desse novo material. O que chama a atenção no Nobel de Física deste ano é a rapidez entre a descoberta e a premiação (apenas 6 anos após a descoberta; lembremos que Einstein só foi laureado 16 anos após ter explicado o Efeito Fotoelétrico) aliada à reduzida idade dos laureados (André Geim-52 anos e Konstantin Novoselov-36 anos; Einstein tinha 42 anos). É interessante também destacar que o uso científico-tecnológico do grafeno está sendo desenvolvido no Brasil e grupos de pesquisa da UFMG, onde estamos, assim como da UFTM com quem interagimos, desenvolvem estudos para produzir sensores de gas, a serem utilizados por exemplo em casas energeticamente autônomas. Nesse sentido apresentamos à Fundação de Amparo à Pesquisa de MG – FAPEMIG, em julho/2010, projeto de pesquisa em que iremos combinar diversos tipos de novos materiais, como o grafeno e materiais termomagnéticos, com finalidade de aproveitamento de novas fontes de energia não convencionais.

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